The Miracle(1989) – Queen – #10

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The Miracle

1 – Party – (John Deacon, Brian May, Freddie Mercury) – 2:24
2 – Khashoggi’s Ship – (Queen) – 2:47
3 – The Miracle – (Freddie Mercury e John Deacon) – 5:02
4 – I Want It All – (Brian May) – 4:41
5 – The Invisible Man – (Roger Taylor) – 3:55
6 – Breakthru – (Roger Taylor e Freddie Mercury) – 4:07
7 – Rain Must Fall – (John Deacon e Freddie Mercury) – 4:20
8 – Scandal – (Brian May) – 4:42
9 – My Baby Does Me – (John Deacon e Freddie Mercury) – 3:22
10 – Was It All Worth It – (Freddie Mercury) – 5:45

The Miracle é o décimo terceiro álbum de estúdio da banda, lançado em maio de 1989. O álbum se destaca na discografia do Queen por ser o primeiro do conjunto após o diagnóstico de AIDS de Freddie Mercury, e pelas tensões que envolviam a vida pessoal do guitarrista Brian May. Com críticas mistas da mídia especializada, The Miracle é tido por muitos como um dos pontos altos do Queen durante a década de 1980, mesclando o estilo característico do grupo em seus primeiros anos com as influências do pop rock. Os clipes gravados para as músicas do álbum também acompanham algumas das últimas performances de Freddie Mercury antes de sua saúde decair a níveis insustentáveis.
Entre a ascensão musical e a decadência pessoal, o Queen como um todo vivia as consequências pelos exageros e excessos pelos quais o grupo se envolveu desde o disco Hot Space. Em 1987, Freddie Mercury foi diagnosticado com o vírus HIV. O artista, no entanto, manteve o assunto em segredo. Brian, Roger e John foram os primeiros a saber. Esse disco se torna, assim, a marca da união de 4 amigos de longa data apaixonados por música. Não é o melhor disco, e na minha opinião passa bem longe dos melhores, mas é um marco da banda pelo contexto fora dos palcos.

Músicas

Party

O disco abre com o ‘Novo Queen’. É uma canção que não deixa de ter guitarras, baterias, mas os sintetizadores tomaram conta total. Sintetizadores que apareceram em Hot Space e chegaram para ficar. Pior para os amantes do ‘Queen old school‘.

Khashoggi’s Ship

Essa música já é um rock n’ roll direto ao ponto. A letra refere-se ao bilionário, comerciante e distribuidor de armas saudita Adnan Khashoggi, com seu estilo luxuoso e extravagante de vida e seu famoso iate Nabila, ao qual a letra da música se refere.

Everybody drank my wine, you get my drift
And then we took a holiday on Khashoggi’s ship, well
We really had a good good time they was all so sexy

Breakthru

O início quase lírico esconde uma bela canção.  O caráter mais melancólico da composição, alternado com diversos momentos de tons maiores e alegres, torna a faixa uma espécie de viagem — o clipe gravado em um trem vem bem a calhar — e está entre aquelas road songs que Roger Taylor compunha tão bem.

I wake up
Feel just fine
Your face
Fills my mind
I get religion quick
‘Cos you’re looking divine
Honey, you’re touching something, you’re touchin’ me

Rain Must Fall

É uma música com elementos caribenhos, talvez a mais deslocada do disco. Ela diz que apesar de viver uma vida de sucesso e reconhecimento, como uma existência de contos de fada, a realidade às vezes mostra sua face, ou como a música diz de vez em quando ‘uma chuvinha deve cair’.

Scandal

Sabendo que Brian May vivia um problema conjugal devido a notícias veiculadas pela mídia, não é de se espantar que essa música faça uma crítica à imprensa sensacionalista. Ela mostra ainda um pouco o Queen de final dos anos 70, com solo melódico de guitarra, viciantes ganchos entre as estrofes e potente performance de Mercury, que dá um verdadeiro show de resistência vocal.

My Baby Does Me

Traz o espírito de The Game com nuances temáticas de Hot Space. Uma espécie de funk-disco que funciona sob aprimorado trabalho de Deacon no contrabaixo. Mas a letra é bem fraca e a melodia, apesar de bem produzida, enjoa do meio para frente.

Vale a pena ouvir

The Invisible Man

Composição de Taylor inspirada pelo livro O Homem Invisível, de H.G. Wells. Aqui os sintetizadores atacam com força total, mas não minimizam nada da canção, que é um rock eletrônico de qualidade, com uma melodia simples, mas interessantes arranjos e uma letra que vem sendo interpretada de muitas forma ao longo dos anos, desde a sua exposição literal, dentro da ficção científica, até as possibilidades inesgotáveis de interpretarmos quem é o “homem invisível” de quem a música fala. Seriam as minorias ou o próprio ser humano?

Was It All Worth It

A faixa tem um grande impacto no público pelo seu significado e finaliza o álbum com chave de ouro. Traz um olhar para trás, para uma carreira e vida de altos e baixos e fazendo uma avaliação de tudo o que se viveu. Uma canção propícia em termos líricos para esse momento da banda, além de ser musicalmente bem executada e bem produzida.

Played the circuit, thought we were perfect
Was it all worth it?
Giving all my heart and soul and staying up all night
Was it all worth it?

Clássicas

The Miracle

A faixa-título do disco, é uma espécie de reflexão e desabafo. Precisamos acreditar que estamos na Terra por um milagre da vida e que precisamos respeitar mais o nosso planeta e a nós mesmos. O videoclipe é sensacional com crianças encarnando os membros do Queen com suas roupas característicos.

We’re having a miracle on earth
Mother nature does it all for us
The wonders of this world go on

I Want It All

A letra foi inspirada em uma frase que a atriz e cantora Anita Dobson, futura esposa de Brian May, costumava dizer: “I want it all, and I want it now!“. À época, o guitarrista passava por inúmeros problemas com seu primeiro casamento, que acabou chegando ao fim durante as gravações de The Miracle. O fim do matrimônio aconteceu devido ao escândalo que comentava sobre o relacionamento do músico com a própria Anita Dobson. A letra acabou sendo um grito por liberdade e foi utilizada como uma espécie de hino nas manifestações anti-apartheid na África do Sul e nas manifestações pelos direitos da comunidade LGBT. Letra e canção forte. Clássica.

Na imagem destacada o quadro Miracle in Cana, de Vladimir Yegorovich Makovsky – 1887

Até a próxima!

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